O
nado Peito Moderno Leandro Arboite Pereira e
Leonardo Boldrini da Mota
Na
última década, um dos esportes que mais evoluíram tecnicamente,
sem dúvida, foi à natação. Cada vez mais e mais pessoas,
vem buscando a prática da natação como lazer, pela prescrição
médica e também por esporte. As evoluções vão
desde o condicionamento físico dos atletas como também a tecnologia
empregada na confecção de roupas que buscam melhorar cada vez mais
o desempenho dos nadadores. Dentre os quatro estilos competitivos, o
nado de peito é certamente o que mais avançou em técnica
e modificação de estilo, mesmo sendo o mais lento dos nados, o peito
através de seus nadadores e estudiosos, vem diminuindo progressivamente
seus tempos e melhorando seus desempenhos. De acordo com McCauley (1998),
podemos dizer que hoje em dia existem três estilos diferentes de nado de
peito: o convencional (plano), o ondulado e a onda (moderno). O
estilo convencional (plano) Este estilo era o mais utilizado para o aprendizado
de adultos e crianças, mas aos poucos esta sendo mudado; com um deslocamento
horizontal forte provocado pela ação da pernada, o corpo desliza
sem elevação de ombros no momento da respiração.
O estilo ondulado
com o movimento de tronco semelhante ao da ondulação do golfinho,
consiste em um forte movimento de braço buscando a maior elevação
possível no momento da respiração e um movimento de perna
para trás e para baixo provocando um encaixe de quadril para
a execução do deslize e projeção à frente.
Este estilo requer de seu praticante extrema flexibilidade. O
estilo onda (moderno) Atualmente, este estilo inventado pelo treinador
húngaro Jozsef Nagy e segundo Santos (1996), aperfeiçoado por Mike
Barrowmam (medalhista de ouro olímpico em Barcelona nos 200m, com o tempo
de 2:10: 16) é o mais praticado hoje por nadadores de elite de todo o mundo.
Ao contrário
do que muitas pessoas pensam, o estilo onda (moderno), do nado de peito, não
é tão difícil de aprender; tudo que se precisa fazer são
mudanças, por exemplo, no ângulo ao qual as mãos são
lançadas, a velocidade de execução da pernada, o momento
da respiração, e outros. Para
melhor esclarecer estas mudanças e as novas tendências técnicas
no estilo do peito moderno, faz-se este artigo. Alongamento ou Torpedo
(Deslize):
Fase
dada ao término da pernada onde o corpo alcança sua maior velocidade
em projeção horizontal, para frente, acontecendo assim o deslize.
Varredura para Fora:
Segundo
Maglischo (1999), esse não é um movimento propulsivo, sua principal
finalidade está em posicionar corretamente os braços para a geração
de força propulsiva na varredura para dentro. A varredura para fora começa
com a movimentação dos braços para fora e para frente. As
palmas das mãos estão voltadas para baixo ao começar a varredura,
girando-as lentamente para fora ultrapassando a linha dos ombros começam
a se movimentar para baixo até o ponto de agarre. Para
Salo (1998), esta fase da braçada chamada de Outsweep é a fase de
preparação para o momento propulsivo. De
acordo com Laughlin (1999), esta fase da braçada é chamada de Y;
Neste momento as mãos não devem sair da água, cada polegada
de braçada é movimento. Depois de realizado o deslize ou torpedo,
o tórax continua a apoiar-se sobre a água e a elevar os quadris,
quando se executa uma varredura para fora realizando a posição semelhante
à de um Y . Esse momento não requer força, mão,
pulso e antebraço, devem trabalhar como um só. É preciso
ancorar as mãos na água como se houvessem degraus onde
agarrar e puxar o corpo. Importante sempre manter o alinhamento entre a coluna
cervical e torácica. Varredura
para Dentro: Fase
onde o nadador sai da posição do Y e pressiona a água para
baixo e para dentro. Os cotovelos permanecem elevados, e as mãos e antebraços
giram para baixo e para dentro em torno deles, esta fase termina quando as mãos
estão se aproximando e unindo-se sobre o peito, conforme Maglischo (1999)
e Laughlin (1999). Para
Salo (1998), Esta é a fase em que a velocidade do braço vai aumentando,
neste momento a parte interna dos braços apóia na água, pela
conclusão do mesmo, o nadador começa a unir as mãos quase
tocando os cotovelos até o início da fase seguinte, os ombros se
elevam durante o deslocamento. Elevação
para respiração: A
cabeça não se ergue na respiração. Durante todo tempo
deve-se manter o alinhamento da coluna cervical e coluna torácica, a elevação
deve ser feita pela ação de uma braçada eficiente e não
por contração dorsal, Laughlin (1999). Os
nadadores devem estar olhando para baixo com sua cabeça encaixada entre
os braços, enquanto estes se estendem para frente antes do inicio da braçada.
A fase começa a se erguer para a superfície enquanto os braços
movimentam-se para fora, a cabeça deve estar na superfície ao ser
executado o agarre. Depois que a cabeça atingiu a superfície, o
movimento descendente dos braços completará o levantamento da face,
de modo que a boca estará acima da superfície enquanto os braços
fazem a varredura para dentro. Maglischo (1999) Recuperação:
Para
Maglisho (1999), a recuperação dos braços começa quando
as mãos estão aproximadamente a meio caminho em seu movimento para
dentro. Os nadadores devem diminuir a pressão contra a água e apertar
seus braços para baixo e para dentro abaixo dos ombros. As palmas da mão
devem girar para dentro e para cima, e os cotovelos devem aproximar-se um dos
outros, por baixo do corpo, enquanto as mãos deslocam-se na direção
da superfície. Elas devem ser giradas para baixo, e os cotovelos devem
ser mantidos juntos, de modo que os braços assumam a forma de uma seta
ao se estenderem para frente. Para
Salo (1998), esta é a fase em que os braços se estendem à
frente com os cotovelos próximos e as mãos unidas. Se essa fase
deve acontecer sobre ou debaixo da superfície da água não
é tão importante como enfatizar que as mãos não devem
ser erguidas fora da água. Neste momento as mãos estão a
uma posição mais alta que os cotovelos movendo-se adiante por baixo.
Laughlin
(1999), define esta fase como Estocada. Neste momento, a cabeça alcança
seu ponto mais alto. Os braços seguem a frente em uma linha compacta. Os
quadris estão na melhor posição possível onde serão
utilizados para lançar o corpo à frente com a execução
da pernada (arco e flecha - o corpo se torna um arco que armazena energia nos
quadris, em seguida, se torna uma flecha mergulhando a frente e liberando a energia
armazenada no quadril). Laughlin
(1999), ainda define a fase seguinte como Mergulho (Entrada), ou seja, no momento
de alongamento da estocada, o ângulo de reentrada é o ponto principal
onde se tenta criar o maior comprimento possível de onda. O braço
deve ser estendido antes da face reentrar na água, enquanto a coroa da
cabeça acompanha as pontas dos dedos a diante. A
energia potencial criada que ergue o corpo sobre a água é convertida
em energia cinética para a progressão à frente.
Reiniciando
o ciclo novamente: Torpedo (Deslize), Varredura para Fora, o Y (Agarre),
Varredura para Dentro, Estocada e Mergulho (Entrada). A
PERNADA DO NADO PEITO Entre
todas as pernadas, a pernada de peito não tem igual. Em todas as outras
pernadas os membros superiores contribuem com 60 a 90% do poder propulsivo, com
as pernas fazendo um papel secundário, em alguns casos fazem um pouco mais
que estabilizar o corpo ou ajudar na rotação. No nado de peito a
relação dos braços com as pernas para peitistas nascidos
com uma grande pernada, as pernas podem promover 80% de propulsão, conforme
Terry Laughlin (2001). O
estilo de pernada mais utilizado atualmente pela maioria dos nadadores de classe
mundial praticantes do nado de peito é, na verdade uma movimentação
diagonal das pernas (à semelhança de uma hélice), em que
os pés palmateiam para fora, para baixo e para dentro e bem como para traz.
As solas dos pés são as superfícies propulsivas principais,
deslocando água para trás como fólios, e não empurrando
para trás como remos. Há quatro fases: recuperação,
varredura para fora, varredura para dentro e sustentação(deslize),
de acordo com Maglischo (1999). A
recuperação Segundo
Maglischo (1999), depois de completada a fase propulsiva da braçada, as
partes inferiores das pernas são conduzidas para frente até que
estejam muito perto das nádegas. Os nadadores devem deixar cair os quadris
e inclinar o corpo para baixo, desde a cabeça até os quadris, de
modo que possam fazer a recuperação das pernas sem que ocorra flexão
dos quadris. Os
pés devem deslocar-se quase diretamente para frente, dentro dos limites
dos quadris. Os dedos dos pés devem estar apontados para trás (pés
estendidos). Os joelhos devem separar-se durante esta fase a fim de manter as
partes inferiores das pernas e os pés dentro dos limites do corpo, mas
não devem separar-se mais que a largura dos ombros, ou isso aumentará
o arrasto. Varredura
para fora As
pernas fazem movimentos circulares para fora e para frente ao se aproximarem das
nádegas para realizar a transição entre a recuperação
e a varredura para fora. Depois disso, continua o movimento circular para fora
e para trás até a posição de agarre. O agarre é
executado no meio do caminho do trajeto do movimento dos pés para fora.
A velocidade dos pés deve desacelerar durante a varredura para fora, até
que eles sejam impulsionados para frente pelo corpo ao ser executado o agarre.
Maglischo (1999). Varredura
para Dentro Segundo
Maglischo(1999) A varredura para dentro e a única fase propulsiva da pernada
do nado de peito. As pernas movimentam-se para baixo, para trás e para
dentro até que estejam completamente estendidas e praticamente unidas atrás
do nadador. As solas dos pés estão giradas para baixo e para dentro
até ter-se completado o movimento. SINCRONIZAÇÃO
DO NADO Há
disponível na literatura inúmeros artigos que citam três estilos
gerais de sincronização do nado de peito: Continuo, por deslizamento
e por superposição. Neste artigo falaremos sobre a sincronização
por superposição no qual é defendida por Ernest W. Maglischo
no qual esta toda base bibliográfica deste artigo. Segundo
Maglischo (1999), o melhor modo de eliminar, ou de pelo menos, reduzir o período
de desaceleração entre o final da fase propulsiva da pernada e o
inicio da fase propulsiva do braçada consiste em utilizar a sincronização
por superposição. A relação entre a pernada e a braçada
deve ser tal que os braços executem seu agarre quase que imediatamente
depois de terminar a fase propulsiva da pernada. Essa sincronização
é seguida pelo movimento dos braços para fora, quando as pernas
estão se movimentando para dentro durante a fase final da varredura para
dentro. Embora sua rápida velocidade de movimento vá aumentar o
desperdício de energia, provavelmente será mais rápido nadar
dessa forma do que guardar energia ao dar menor número de braçadas
com uma velocidade média mais baixa por braçada. PS:
Todo o conteúdo abaixo publicado é de responsabilidade dos autores
acima citados. -------------------------------------------
Bibliografia 1.
Maglischo, Ernest W. Nadando Ainda Mais Rápido. 1999 2.
Laughlin, Terry. Six Steps To a better Breaststroke Kick . Total
Immerson. 2001 3.
Laughlin, Terry. Breaststroke Breakthrough . Fitness Swimmer.1999
4. Salo, David.
Teaching Breaststroke. 1998 5.
McCauley, Wayne. The Modern Breaststroke . 1999 Material
cedido por: Leandro
Arboite Pereira Graduação
em Educação Física . ESEF/UFRGS Técnico da Equipe
Máster da Stillo Natação Poá/RS
Leonardo Boldrini da Mota Graduação
em Educação Física. ESEF/IPA Especialização
em Pedagogia do Treinamento Desportivo. ESEF / UFRGS Técnico da Equipe
Máster da Stillo Natação Poá / RS |