TREINAMENTO MUSCULAR FORA D'ÁGUA Fernando
Navarro Valdivieso, PhD Há muitos anos, o treinamento de
força passou a ser uma parte integral da preparação dos nadadores
de competição. No entanto, durante todo este tempo muitas variações
na direção do treinamento de força têm surgido. Certos
estudos, investigações e, incluindo, modas, têm
inclinado os treinadores na utilização de exercícios isotônicos
com pesos, isométricos ou isocinéticos, como também, ligas
e máquinas de fricção (exergenies), assim como
realizar os exercícios com muitas repetições e cargas leves
ou pouca repetições com cargas elevadas e, inclusive, considerar
conveniente realizar um trabalho de força somente no início da temporada
ou realizá-lo durante todo o ano. Infelizmente, o trabalho tem sido
aplicado segundo a invenção e intuição dos treinadores
pioneiros em treinamento de força de nadadores, mas sem apoio ou comprovação
científicos. Em conseqüência, muitos nadadores tem interrompida
a sua progressão em natação em função de um
trabalho mal dirigido que tenha provocado aumentos excessivos das massas musculares
com o conseqüente aumento da superfície corporal e aumento da resistência
de avanço do nadador, enquanto que, em outros, causavam efeitos negativos
sobre o treinamento de natação. Nesta exposição
vamos tratar de descrever os métodos de treinamento de força e os
conhecimentos científicos em que são baseados, assim como, a relação
que a utilização destes métodos poderão ter em natação. 1.
FATORES QUE INTERVÊM NA FORÇA Na ação da força
se sugere distinguir três fatores: ESTRUTURAIS, NERVOSOS E ELÁSTICOS. FATORES
ESTRUTURAIS O mecanismo mais conhecido é a hipertrofia. O aumento
da massa muscular se deve principalmente à multiplicação
do material contrátil (actina e miosina), o que também pode dever-se
a um aumento da vascularização e do tecido conjuntivo. A força
é proporcional à seção do músculo daí
por que o trabalho de hipertrofia pode ser um aspecto importante no aumento da
força. O melhor método para aumentar o volume muscular consiste
em fazer séries de 10 repetições com a carga máxima
que se possa levantar nesse número de vezes. O descanso entre as séries
deve ser de aproximadamente 3 minutos e o número ideal de séries
é de 10. Este método é conhecido como 10 vezes 10.
Pode-se observar, como característica deste tipo de trabalho, que a quantidade
é bastante importante e que as cargas de trabalho não são
tão leves (aproximadamente 60-70% do máximo). Em natação
se aplicam, com bastante freqüência, exercícios de pesos com
30-40 repetições e com cargas leves. Este tipo de trabalho tem pouca
incidência sobre o aumento da massa muscular. Nas primeiras repetições
só trabalha uma parte do músculo devido ao fato de que a carga não
é suficiente para solicitar a intervenção de todo o músculo.
Quando uma parte do músculo se fatiga, se põe a trabalhar outra
zona, produzindo uma alternância de diferentes partes do músculo.
(COMETTI, 1988). Este processo é importante para esforços de resistência
mas não para o aumento da força. COMETTI (1988) considera ideal
aumentar a massa muscular da seguinte maneira: Sessão Proposta como
Ponto de Partida: 6X30 Sessão de Grande Eficácia Fisiológica:
10X10 Existe uma grande coincidência entre diferentes autores sobre
o aumento de massa e crescimento hormonal na etapa puberal, o que sugere como
idade favorável para o desenvolvimento da massa muscular a partir dos 12-13
anos e especialmente entre os 15-16 anos. No entanto, deve-se ter cuidado com
a busca do aumento da força através deste sistema, já que
um aumento excessivo da massa muscular poderia ocorrer em detrimento da própria
velocidade do nadador devido, antes de tudo, ao aumento da resistência ao
avance, que não compensaria os ganhos de força. A observação
cuidadosa do desenvolvimento do nadador frente a este tipo de trabalho seria o
melhor sistema para evitar cair em prejuízo. Em qualquer caso, é
significativo ressaltar que alguns nadadores admitem este tipo de trabalho com
apenas crescimento muscular, devido a sua composição muscular, com
predomínio de fibras do tipo I. Outro aspecto estrutural que intervém
na ação da força são os tipos de fibras nos músculos.
A terminologia mais comum diferenciaas fibras lentas e as fibras rápidas.
A fisiologia fala das fibras ST (slow twich) ou fibras do tipo I e as fibras FT
(fast twich) ou fibras do tipo II. Este último tipo de fibra se divide
por sua vez em duas categorias: A fibras IIA ou fibras intermediárias que
funcionam aerobica e anaerobicamente, e as fibras IIB que funcionam só
anaerobicamente ( e são as fibras rápidas por excelência).
A questão que nos interessa em relação às fibras é,
se é possível a transformação das fibras pelo treinamento.
Existem opiniões em que a proporção de fibras rápidas
e lentas não se alteram por influência do treinamento (THORSTENSON
e col., 1976; COSTILL e col., 1979; SALTIN e col., 1977). FATORES
NERVOSOS Realizam-se através de três vias: a) recrutamento
das unidades motoras; b) a sincronização das unidades motoras; c)
A coordenação intramuscular. As adaptações iniciais
no treinamento de força consistem em mudanças intramusculares tendo
como resultado uma freqüência mais alta de recrutamento de um maior
número de fibras musculares em um dado momento (SCHMIDTBLEICHER, 1985).
Tem-se demonstrado que o sistema neuromuscular reage de maneira muito sensível,
em termos de adaptação, a estímulos de contração
lenta e rápida. Estudos longitudinais realizados sobre humanos têm
indicado de maneira muito clara que na continuação de uma sessão
de treinamento de força de alta intensidade, se produz uma melhora na capacidade
de mobilizar rapidamente atividades de inervação mais fortes (DE
VRIES, 1979; SCHMIDTBLEICHER, 1984). Supõe-se que a causa desta adaptação
no caso dos nadadores treinados poderia ser um recrutamento rápido de unidades
motoras e suas correspondentes fibras musculares, igual a uma rápida taxa
de desencadeamento destes motoneurônios, por comparação com
pessoas não treinadas. O recrutamento das unidades motoras é o motor
do desenvolvimento da força entre 0 e 80% de seu valor (COMETTI, 1987).
Isto explica os rápidos ganhos de força no início de um programa
de força. O mecanismo de sincronização das unidades motoras
se conhece desde 1966 por ZATIORSKI quando afirmava que os halterofilistas experimentados
colocavam em funcinamento cerca de 80% de suas unidades motoras enquanto que os
principiantes só realizavam com 20%. COMETTI (1987) cita um exemplo que
pode explicar o princípio da sincronização de uma maneira
mais simples: imaginemos uma habitação cheia de espectadores e se
pede que todos gritem de uma só vez, ao sinal de um som. A primeira vez
serão surpreendidos, reagindo com um som largo e pouco intenso, sem todos
gritarem de uma vez. Na segunda vez será um som mais breve mas mais intenso
e, como conseqüência os espectadores se sincronizam reagindo todos
de uma vez. Este mesmo fenômeno se produz graças ao treinamento das
unidades motoras. Para melhorar a sincronização das unidades motoras
é necessário criar tensões no músculo superiores a
80%. Para isto existem duas possibilidades: 1) COM
CARGAS MÁXIMAS (MÉTODOS DE ESFORÇOS MÁXIMOS)
Exemplo: 5 séries de 1 repetição a 100% da carga;
intervalos de descanso de 3 a 5 minutos. Em cada nova sessão de treinamento,
tenta-se melhorar a marca. Este exemplo só está recomendado para
nadadores muito treinados. Estes métodos produzem um grande efeito de adaptação
neuromuscular e mínimo de hipertrofia. Os efeitos se processam após
um período de treinamento de 6 a 8 semanas à razão de 4 sessões
semanais. Estes métodos contribuem para o desenvolvimento da força
máxima explosiva. 2) COM CARGAS SUBMÁXIMAS
2.1) Trabalhando com fadiga (MÉTODOS DE ESFORÇOS REPETIDOS)
Exemplo: Com uma carga de 80%, de 3 a 5 séries de 8 a 10 repetições,
com pausas de repouso de 3 a 5 minutos. Os efeitos de treinamento são obtidos
por métodos de repetições submáximas, por períodos
de 10 a 12 semanas com 4 sessões semanais, consistem sobretudo em aumentos
da massa muscular, acompanhados por pequenas adaptações neuronais.
2.2) Trabalhando com máxima velocidade (MÉTODOS DE ESFORÇOS
DINÂMICOS) Exemplo: 5 séries de 7 repetições
com um estilo explosivo nos movimentos, as cargas são relativamente pequenas
(35 a 50%). Os intervalos de repouso variam de 3 a 5 minutos. Utilizando este
método, deve-se acelerar somente na fase concêntrica já que
uma aceleração na fase excêntrica causaria uma ativação
dos antagonistas muito grande, o que levaria, como conseqüência, uma
redução do rendimento. Estes fatores operam sobre o efeito da coordenação
intramuscular (fatores nervosos) e sobre a dimensão transversal do músculo.
A coordenação intramuscular se explica pela aprendizagem do movimento,
isto é, de uma boa coordenação temporal da concentração
dos músculos implicados. FATORES ELÁSTICOS
A elasticidade é representada pelo esquema de HILL, onde se diferencia
um elemento de elasticidade em série e outro em paralelo. A elasticidade
em série está localizada nos tendões, na envoltura muscular
e na parte contrátil do músculo, concretamente nos pontos de actina
e miosina. Os conceitos sobre elasticidade estão evoluindo continuamente.
BOSCO propõem dois novos testes que permitem medir a elasticidade.
São o salto desde cócoras e o salto em pliometria. O salto desde
cócoras consiste em medir a altura do CDG com uma flexão de joelhos
de 90°. O atleta a partir daqui, realiza o salto. O salto pliométrico
consiste em realizar um flexão de pernas, partindo da posição
de pé, e imediatamente executar o salto. O atleta tem duas tentativas.
A diferença do resultado entre os testes, a favor do pliométrico,
é significativa das qualidades elásticas do atleta. Um procedimento
para determinar o grau de elasticidade do nadador (BOSCO, 1987). A elasticidade
muscular tem um papel muito importante na ação de impulso nas saídas
e nas viradas. Os métodos reativos são aplicados para a melhora
deste tipo de rendimento de velocidade força no ciclo de estiramento-encurtamento
da musculatura. Exemplo: Pulo com duas pernas sobre o mesmo lugar: (1) a
ritmo individual; (2) com uma freqüência máxima; (3) com uma
altura máxima. Neste três métodos, se executam 30 repetições
com intervalos de repouso de 5 minutos entre as séries. Os três métodos
podem se combinar em uma mesma sessão de treinamento, pelo fato de que
podem ser realizados de maneira rápida e fácil, sem material. Outro
método reativo de grande eficácia é o salto de determinada
altura (em profundidade). Deve-se praticar de 3 a 5 séries de 10 repetições,
com pausas de 10 minutos entre cada série. A altura do salto deve ser fixada
de maneira que o calcanhar do nadador não toque o solo (caso aconteça
a altura é excessiva). A elasticidade muscular aumenta regularmente até
os 20-25 anos. Com sistema de trabalho neste sentido, seria conveniente habituar
progressivamente os nadadores a realização de saltos simples para
depois da puberdade realizar saltos em profundidade. 2. MANIFESTAÇÕES
DA FORÇA A força tem diferentes manifestações
segundo: a) os grupos musculares que são utilizados. Quando aplicam-se
grupos musculares em condições diferentes da natação,
se denomina força geral. No caso em que os músculos
envolvidos imitem ou simulem condições específicas de um
estilo, técnica determinada de natação, se considera como
força específica. b) o tipo de contração
muscular. O músculo pode funcionar de duas formas: Sem movimento
das inserções musculares: ISOMÉTRICO. ·Com
movimento das inserções musculares. ANISOMÉTRICO. Desta última
forma o músculo se contrai de três formas: a) CONCÊNTRICA:
quando as inserções musculares se aproximam. Quando a carga é
constante se denomina isotônica e quando a velocidade é constante
se chama isocinética; b) EXCÊNTRICA: quando os pontos de inserção
de separam. c) PLIOMÉTRICA: quando um músculo é solicitado
em fase excêntrica para imediatamente realizar um trabalho. 3. TREINAMENTO
DA FORÇA MÁXIMA A força máxima é
a capacidade que tem o sistema neuromuscular para exercer uma contração
voluntária nas condições de máxima carga. O treinamento
da força máxima é feito partindo do treinamento para a hipertrofia
muscular, para progressivamente intervir sobre o sistema de coordenação
intramuscular (fator nervoso). Nos nadadores, o aumento excessivo da massa muscular
pode ser prejudicial devido ao aumento de sua superfície corporal e seu
correspondente aumento da resistência de avanço enquanto nada. Por
isso, faz-se importante uma atenção sobre o desenvolvimento muscular,
evitando que se produzam excessos no desenvolvimento muscular. Convém saber
que as fibras lentas do tipo I e as rápidas do tipo II se hipertrofiam
de forma diferente segundo os estímulos de treinamento (GROSSER e col.,
1988). Com cargas entre 40-60% e esforços lentos e prolongados se
hipertrofiam principalmente as fibras do tipo I. Com cargas entre 60-80%
e esforços rápidos se hipertrofiam mais as fibras rápidas. PLANEJAMENTO
GERAL E CARACTERÍSTICAS DO TREINAMENTO DE FORÇA MÁXIMA Treinamento
da Força Máxima: Aumento da massa muscular (hipertrofia).
Para o aumento do corte transversal dos músculos é necessário
treinar-se com um número elevado de repetições, sem permitir,
no entanto, um trabalho elevado de resistência. Com uma carga de treinamento
entre 75-85% da força máxima se favorece a síntese das proteínas
musculares contráteis, pelo fato de que aumenta o corte transversal do
músculos e, portanto, da força muscular. Assim mesmo, se favorece
a síntese de compostos de fosfato no músculo. O treinamento de força
máxima através do aumento da massa muscular pode ser realizada por
meio de distintas variantes: COM CARGA E NÚMERO
DE REPETIÇÕES CONSTANTES (10/70% + 10/70% + 10/70% + 10/70%)
COM CARGA VARIÁVEL E NÚMERO DE REPETIÇÕES
CONSTANTE (10/50% + 10/60% + 10/70% + 10/80% ...) COM
CARGA CONSTANTE E NÚMERO DE REPETIÇÕES VARIÁVEL
(10/80% + 8/80% + 6/80% + 4/80%) COM AUMENTO E
DIMINUIÇÃO DA CARGA - SISTEMA PIRAMIDAL (12/60% + 10/70%
+ 8/60% + 10/70% + 12/80%) Devido às cargas relativamente baixas
que se aplicam para o treinamento de desenvolvimento muscular da hipertrofia,
este tipo é recomendável para os principiantes que se iniciam no
treinamento de força máxima e para os mais avançados nas
fases iniciais do trabalho de força máxima. Para os nadadores bem
treinados e experientes no treinamento de força é menos importante
devido a fato de que um maior volume muscular pode contrastar o ganho relativos
de força no momento de utilizá-la em meio aquático, ao aumentar
a resistência de avanço do nadador pelo aumento de sua superfície
corporal. Assim mesmo, as cargas podem variar em função do nível
de experiência no treinamento de força do nadador. Treinamento
da Força Máxima: Melhora da coordenação intramuscular
Quando se aplicam cargas elevadas superiores a 85% se produz uma ativação
sincrônica de uma maior número de fibras musculares (Coordenação
Intramuscular). A razão de que com este treinamento se produz uma menor
hipertrofia é devido aos esforços máximos que se aplicam
e que permitem realizar um reduzido número de repetições
e, por tanto, de uma breve duração do estímulo. Baseado nisso,
o aumento da força se apoia na melhora dos fatores nervosos e bioquímicos.
Não se deve esquecer que a complementação eficaz do treinamento
de força para desenvolvimento muscular e de coordenação intramuscular
proporciona a verdadeira força máxima. O treinamento de força
máxima através do aumento da coordenação intramuscular
se pode realizar por meio de distintas variantes: COM
CARGA E NÚMERO DE REPETIÇÕES CONSTANTES (5/90% + 5/90%
+ 5/90%) COM CARGA VARIÁVEL E NÚMERO
DE REPETIÇÕES CONSTANTE (6/83% + 6/85% + 10/87% + 6/90%)
COM CARGA CONSTANTE E NÚMERO DE REPETIÇÕES
VARIÁVEL (5/90% + 4/90% + 3/90%) COM
AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA CARGA - SISTEMA PIRAMIDAL (3/90%
+ 1/100% + 3/90% + 6/85%) O treinamento da coordenação
intramuscular melhora a força explosiva, já que as intensidades
elevadas fazem com que atuem as fibras musculares rápidas que solicitam
um nível mais elevado de ativação. O treinamento da coordenação
intramuscular não é conveniente para os principiantes, nem mesmo
com pesos livres, devido à alta intensidade que significa uma carga elevada
a nível de sistema nervoso central e que, além disso, provoca facilmente
falhas na execução. TREINAMENTO DE FORÇA
MÁXIMA MISTA Com este tipo de treinamento se pretende combinar as
duas possibilidades de desenvolvimento da força máxima que mencionamos
anteriormente, por um lado através da hipertrofia muscular (cargas mais
baixas e maior número de repetições) e por outro lado através
da melhora da coordenação intramuscular (cargas muito altas e menor
número de repetições). Dentro das possibilidades que
oferece o treinamento piramidal, serão realizadas de 5 a 10 séries. a)Quando
se pretende o aumento da forçaprincipalmente através da melhora
da coordenação intramuscular, o trabalho será realizado sobre
a parte alta da pirâmide, isto é, cargas muito elevadas com poucas
repetições. No caso de realizar trabalhos com esforços máximos
(80-95%), o número de repetições não é suficiente
para conseguir o correspondente efeito de treinamento. Neste caso deve se repetir
a pirâmide a fim de alcançar o número suficiente de repetições. b)
Quando pretende o aumento da força através da hipertrofia, o trabalho
se realizará sobre a parte baixa da pirâmide, suprimindo as repetições
1 até 2 e 3, isto é, cargas entre 80 e 60% com maior número
de repetições. 4. O TREINAMENTO DA
FORÇA DE VELOCIDADE A força de velocidade é
a capacidade que tem o sistema neuromuscular para superar cargas com a maior velocidade
de contração muscular possível. As cargas a aplicar devem
ser leves, similares às que se encontra o nadador na técnica sobre
a qual se deseja adquirir força de velocidade (por exemplo, uma saída
ou uma virada, a ação da pernada de peito, etc.), e executadas à
máxima velocidade possível. Para o desenvolvimento efetivo da força
explosiva é conveniente fazer uma combinação, em primeiro
lugar, do treinamento de força e depois, um treinamento técnico
da força explosiva para recuperar ou para aumentar a velocidade de contração.
Tendência geral e características do treinamento
de força velocidade As formas reativas são muito úteis
para o treinamento da força explosiva para as saídas e as viradas.
Estas formas reativas, que melhoram o controle neuronal, podem ser de dois tipos:
a)As que aumentam a freqüência. Tem como finalidade uma freqüência
máxima de descarga dos motoneurônios e não se deve utilizar
carga adicionais. b)As cargas aumentam o número de fibras ativadas.
Se enfatiza uma estimulação do máximo número de unidades
motoras durante o ciclo rápido de extensão-encurtamento. Todos os
saltos com flexão prévia do joelhos, multisaltos, saltos por cima
de obstáculos, etc, pertencem a esta categoria. Deve-se levar em consideração
que em todos os treinamentos de reação são produzidos valores
máximos de força no momento da aterrissagem, podendo
provocar lesões nos nadadores não preparados, o que se faz necessária
uma preparação prévia da musculatura implicada. 5.
TREINAMENTO DA FORÇA DE RESISTÊNCIA
A força de resistência é a capacidade para resistir
à fadiga produzida por esforços prolongados. O trabalho de força
resistência deve apresentar um caráter primordialmente específico,
utilizando-se daqueles métodos que favoreçam o trabalho muscular
do estilo ou técnica do nadador. Segundo a duração do esforço,
pode ser de três tipos: a)Força de Resistência de Curta
Duração: é a capacidade de manter um elevado nível
de força durante um tempo inferior a 20 segundos. O treinamento de força
resistência de curta duração é útil para manter
a velocidade sem fadiga dos músculos envolvidos na prova de 50 metros ou
uma duração aproximada de 20 segundos. Este tipo de treinamento
utiliza principalmente a via anaeróbica-aláctica, apresentando uma
pequena componente láctica. As características de treinamento são
apresentados na tabela 1. O aumento da força resistência de curta
duração se produz através do treinamento de força
máxima. b)Força Resistência de Média Duração:
é a capacidade de sustentar uma força elevada entre 20 e 2 minutos.
Implica na produção de energia anaeróbica-láctica,
e ainda existe uma pequena componente aeróbica nos exercícios com
duração próxima aos 2 minutos e aláctica em esforços
próximos aos 20 segundos. Também se denomina resistência muscular
lactácida. Este tipo de trabalho serve para manter a velocidade sem fadiga
em uma prova de 100 e 200 metros. c)Força de Resistência de
Longa Duração: é a capacidade para suportar um força
leve em atividades de longa duração que superam os 2 minutos. Implica
na produção de energia aeróbica. Também se denomina
resistência muscular aeróbica. O treinamento serve para manter a
velocidade sem fadiga dos músculos envolvidos em uma prova de mais de 400
metros ou de uma duração de mais de 2 minutos. Na tabela 3 são
apresentadas as características do treinamento de força resistência
de longa duração. Tabela
1. Características do treinamento de força resistência de
curta duração Elementos de
Treinamento |
Possibilidades de Treinamento |
Repetições/Séries | 12-20
/ 3-5 | 10-20
/ 3-5 |
Carga | 60-70% | 40-60% |
Descanso entre séries | 2-3 | 30
a 130 |
Tipos de Exercícios | Pesos,
polias, máquinas, ligas, isocinéticos, máquinas de fricção,
carro, etc. |
Exemplos | 4x12/60%
com pesos | 5x20/50%
com polias | Tabela
2. Características do treinamento de força resistência de
média duração.
Elementos de
Treinamento |
Possibilidades de Treinamento |
Repetições/Séries | 20-30/
8-10 | 10-
130/ 6-8 | 130-
2/ 3-6 |
Carga | 60-50% | 50-40% | 40-30% |
Descanso entre séries | 30-
1 | 45-
2 | 130-
3 |
Tipos de Exercícios | Somente
exercícios específicos: pesos, polias, máquinas, ligas, isocinéticos,
máquinas de fricção, carro, exergenies etc. |
Exemplos | 10X30
com carro inclinado com 1 de descanso e carga50% | 8X130
com ligas com 130 de descanso e carga 40% | 4X2
com isocinéticos com 230 de descanso e carga 30% |
Tabela 3. Características
do treinamento de força resistência de longa duração.
Elementos
de Treinamento |
Possibilidades de Treinamento |
Repetições/Séries | 45-2
/ 10-20 | 2-
5/ 5-8 | 5-
10/ 2-4 |
Carga | 20-30% | 20-30% | 20-30% |
Descanso entre séries | 10-
30 | 30-
1 | 1-
3 |
Tipos de Exercícios | Somente
exercícios específicos: pesos, polias, máquinas, ligas, isocinéticos,
máquinas de fricção, carro, exergenies etc. |
Exemplos | 20X45
com minigym com carga 30% e 10 de descanso |
| 3X8
com ligas com carga 30% e descanso de 1 | DIFERENÇAS
DE TRABALHO DE RESISTÊNCIA MUSCULAR DE COMPETIÇÃO FORA E DENTRO
DÁGUA Quando um nadador se desloca na água está
sujeito a uma resistência passiva equivalente à resistência
que oferece ao corpo avançar. Empregam-se durante o nado resistências
adicionais tais como pull-boy, camisetas, calções de bolso, etc.,
e se produz um aumento geral dessa resistência, que, de acordo com sua magnitude,
pode ser adequada para o trabalho de resistência muscular de competição.
No caso do aumento da resistência ser excessivo, o nadador não poderá
desenvolver uma velocidade como a de competição. Neste caso, a utilização
de instrumentos que causam resistências adicionaisserão mais recomendáveis
para o desenvolvimento da resistência muscular específica do estilo.
Por outro lado, se a resistência adicional é leve, pode-se utilizar
estes instrumentos para o desenvolvimento da resistência adicional. A
utilização de pool-boy diminui a resistência passiva, possivelmente
devido à melhora da posição do corpo na água, portanto
não seria aconselhável para nenhum trabalho de resistência
muscular. RESISTÊNCIA MUSCULAR FORA DÁGUA É
o trabalho que se realiza com o estilo do nadador adequando o ritmo e o número
de braçadas da prova . POR EXEMPLO: suponhamos que um nadador de 100 costas
realiza 80 braçadas em um tempo de 1 minuto. O procedimento para realizar
um trabalho de resistência muscular de competição fora dágua
seria: FASE 1.Forma-se a série fracionando, entre 2 a 4 vezes, a
110% do número total de braçadas da prova, intercalando descansos
breves e mantendo o ritmo de braçadas de competição. Os descansos
entre as séries serão maiores - 3 a 5 minutos: 5 X ( 4 X 22 / 15)
3 FASE 2.Aumenta-se o número de repetições dentro
da série, mantendo ou reduzindo os intervalos dentro da série: 5
X ( 2 X 44 / 15) 3 FASE 3.Completa-se a série com 110%
do número de braçadas da prova, sem descansos intermediários
e com descansos maiores entre cada série: 5 X 88/3 É
importante destacar que a intensidade da carga está em função
da distância e velocidade de nado, oscilando entre 50 e 70%. Como regra,
pode-se estimar como carga máxima, uma carga que se possa empregar sem
perder o ritmo de braçadas de competição. O número
de séries dependerá da distância do nadador (prova): ·Nadador
de 100 metros:4 a 5 séries ·Nadador de 200 metros:3 a 4 séries
·Nadador de 400 metros:2 a 3 séries ·Nadador
de 800/1500 metros:1 a 2 séries A
NATAÇÃO E O TREINAMENTO DE FORÇA Atualmente se dispõe
na natação de um verdadeiro arsenal de aparelhos e máquinas
de força que configuram o treinamento de força em diferentes direções.
No entanto, não se resolveu a problemática da simulação,
por meio de aparelhagens, das componentes espaciais da natação.
Na atualidade não há nenhum aparelho que resolva este problema para
todas as técnicas de natação. Segundo mostram as pesquisas,
o treinamento de força com corda elástica corresponde melhor ao
estilo livre, o minigym ao peito e o carro inclinado ao borboleta. RESISTÊNCIA
MUSCULAR DE COMPETIÇÃO NA ÁGUA É o trabalho
que se realiza com o estilo do nadador adequando o ritmo e o número de
braçadas e a distância da prova do nadador. POR EXEMPLO: Suponhamos
que um nadador de 100 metros costas realize 80 braçadas em 1 minuto. O
procedimento para realizar um trabalho de resistência muscular de competição
na água será: FASE 1.Forma-se a série fracionando,
entre 2 a 4 vezes, a distância da prova do nadador, intercalando intervalos
breves e mantendo o ritmo das braçadas de competição. Os
descansos entre séries serão maiores - 3 a 5 minutos: 5 X
( 4 X 25 / 15) 3 com resistência adicional. FASE 2.Diminui-se
a fração da série sobre a distância da prova do nadador,
mantendo ou reduzindo os descansos dentro da série: 5 X (2 X 50
/ 15) 3 com resistência adicional. É importante
destacar que a resistência adicional não deve ser excessiva com o
fim de que a freqüência de braçada e a velocidade de competição
possam ser mantidas. O número de repetições dependerá
da distância da prova do nadador: ·Nadador de 100 metros:4
a 5 séries ·Nadador de 200 metros:3 a 4 séries ·Nadador
de 400 metros:2 a 3 séries ·Nadador de 800/1500 metros:1
a 2 séries TREINAMENTO DE CIRCUITO O treinamento
de circuito permite ao nadador realizar um trabalho de força resistência
de média ou longa duração. Existem dois tipos de circuitos
utilizados para o treinamento de natação: 1.Circuito de cargas
fixas: Neste circuito, o número de repetições permanece fixo
por meio de um teste inicial e o nadador trata de realizar o menor tempo possível
em todo o circuito. 2.Circuito controlado: Tem como base o controle do
tempo. O treinador seleciona e ordena os exercícios de acordo com o nível
atual do nadador que trata de realizar o maior número de repetições
em um tempo determinado. Entre cada exercício deve haver um curto descanso
para permitir uma certa recuperação do nadador para realizar o exercício
seguinte. Exemplo: Um treinador seleciona
12 exercícios e trabalha com algumas das seguintes maneiras: ·10
de trabalho de cada exercício / 5 de descanso ·15
de trabalho de cada exercício / 10 de descanso ·20
de trabalho de cada exercício / 10 de descanso ·25
de trabalho de cada exercício / 15 de descanso ·30
de trabalho de cada exercício / 15 de descanso ·40
de trabalho de cada exercício / 20 de descanso ·60
de trabalho de cada exercício / 30 de descanso ·O tempo
de trabalho de cada exercício e descanso são controlados pelo treinador.
Como variação deste, o treinador pode selecionar um tempo
total do circuito durante o qual o nadador deve trabalhar continuamente. Ao sinal
do treinador, mudará para o novo exercício e começará
a trabalhar imediatamente. O treinador pode determinar, como tempo total, o mesmo
da prova. Exemplo: ·Velocistas: 60 a 70
para os nadadores de 100 metros; 2 a 230 para os de 200 metros. ·Meio-fundistas:
4 a 430 para os 400 metros; 8 a 10 para os 800 metros. ·Fundistas:
16 a 18 minutos para os 1500 metros. Uma boa organização
pode permitir três tipos de circuitos simultaneamente de modo que o nadador
possa trabalhar especificamente para a prova. Exemplo:
·Velocistas: 6 X 60-70/3 (100 metros); 3 x 2 a 230/6(200
metros) ·Meio-fundistas: 2 x 4/8 (400 metros); 2 x 8/10
Fundistas: 1 x 16 Cada nadador deve trabalhar ao máximo
esforço, tal como a situação de competição,
da prova. TIPOS DE CIRCUITOS Em função dos métodos
utilizados: com aparelhos; sem aparelhos; com pesos misto
(ligas, isocinético, fricção, pesos, etc) Em função
do tipo de exercício: Geral Específico O
DESENVOLVIMENTO DA FORÇA EM NATAÇÃO Resumo
Propõe-se um novo sistema de desenvolvimento da força no
nadador atendendo prioritariamente a obtenção do máximo rendimento
em competição através do desenvolvimento de três compostos
de força: força básica, específica e de competição.
A compreensão destes conceitos e o conhecimento dos métodos para
seu desenvolvimento facilitam a periodização do treinamento da força
segundo diferentes modelos de planificação. Palavras-chaves
Força, periodização e natação. 1.
INTRODUÇÃO O treinamento de natação tem sido
suficientemente documentado (ADOLFI & PARIGIANI, 1982; COUNSILMAN, 1972 e1980
; HOGG, 1972; MAGLISCHO, 1986 e 1993; MAKARENKO, 1980; MANTSEVICH & PETROVICH,
1989; NAVARRO, 1985, 1990 e 1994; PLATONOV & FESENKO, 1994; SATORI & TSCHIENE,
1988; STONE, OBRYANT, GARHAMMER, McMILLAN & ROZENEK, 1982; TAKAHASHI,
YOSHIDA & TSUBAKIMOTO, 1983; WILKE & MADSEN, 1990). Em todos, o planejamento
metodológico para o desenvolvimento da força se projeta deste ângulo
ou vários seguintes pontos de vista: 1) o desenvolvimento dos músculos
que intervém na natação; 2) o desenvolvimento da força
em condições cinemáticas e dinâmicas no estilo do nadador;
e 3) o desenvolvimento da força segundo as condições da prova
(distância/duração). O objeto de nossa proposta é
estabelecer as necessidades de planejamento de um desenvolvimento de força
do nadador atendendo ao alcance do máximo rendimento competitivo possível
em vários determinados momentos da temporada. Por isso, o desenvolvimento
da força deve estar intimamente ligado ao processo de periodização
do treinamento e deverá levar em consideração os modelos
de planificação do treinamento que são utilizados para alcançar
o máximo resultado desportivo na especialidade determinada. 2.
DEFINIÇÃO DE TERMOS As necessidades de força do nadador
se estabelecem em função da própria natureza da expressão
de força segundo o seu estilo e a distância ou duração
da prova. Baseado nisso, distinguem-se três níveis de força
no nadador: força básica, força específica e força
competitiva (figura 1). FORÇA BÁSICA (FB) Objetiva
o aumento do potencial de força do nadador. Por regra geral, o desenvolvimento
da FB implica a melhora da força absoluta do nadador, de acordo com as
necessidades de cada especialidade. Por tanto, a melhora da força máxima
dos grupos musculares importantes do nadador (bíceps, tríceps, peitoral,
quadríceps e grande dorsal) será um dos objetivos prioritários.
Na maioria dos casos, o aumento da força máxima nestes grupos
musculares se desenvolvem através de exercícios com pesos ou máquinas
que separam o trabalho destes grupos musculares e, em conseqüência,
têm um escasso nível de especificidade com o estilo do nadador. No
entanto, é necessário insistir em desenvolver a força máxima
da braçada e da pernada utilizando instrumentos específicos com
polias, carros inclinados, ligas elásticas grossas e equipamentos isocinéticos.
Todos estes procedimentos têm em comum a realização fora da
água. Os exercícios de força máxima são
a base de um programa de treinamento especializado posterior (melhora da força
explosiva e/ou resistência de força). Além disso, devem ser
utilizados exercícios de carga elevada que influenciem sobre os mecanismos
nervosos (coordenação intramuscular) e de desenvolvimento muscular
(hipertrofia). No entanto, existe outro aspecto da FB que se trabalha na
água e é destinado ao desenvolvimento da resistência de força
em condições aeróbicas (resistência de força
aeróbica - Rfae). Já que o treinamento deste aspecto favorecerá
- daí o caráter básico - o treinamento da força específica
e as necessidades de natação com um caráter misto aeróbico-aneróbico
ou lactácido (anaeróbico). FORÇA
ESPECÍFICA (FE) Busca a transformação do potencial
adquirido na força básica nas formas mais específicas segundo
as demandas técnicas de cada especialidade. Nas provas de natação,
sobre a base da força desenvolvida, aumenta-se a resistência de força
específica de cada especialidade. Os exercícios utilizados para
o desenvolvimento da FE têm um maior caráter de especificidade, imitando-se
a técnica do nado na medida do possível, tanto na água (preso,
com resistências, etc.) ou fora da água (com polias, carros inclinados,
ligas e equipamentos isocinéticos). FORÇA
COMPETITIVA (FC) Compreende a simulação da situação
de competitiva, unindo o trabalho sobre o estilo, as condições de
tempo e ritmo de execução (freqüência de braçada)
que ocorre em cada especialidade. Os exercícios de FC mostram o caráter
superior do grau de especificidade no trabalho de força. As possibilidades
de desenvolvimento da força competitiva podem ser realizadas fora e dentro
da água, mas é preferível esta última como máxima
expressão das possibilidades de desenvolvimento da FC. 3.
OS DIFERENTES NÍVEIS DE FORÇA E SUA RELAÇÃO COM AS
ESPECIALIDADES DA NATAÇÃO Frente ao exposto se deduz que
os conteúdos de treinamento de força básica, força
específica e força competitiva estarão em relação
com a especialidade do nadador e suas próprias necessidades de força
para alcançar o máximo rendimento. É evidente que as necessidades
não são as mesmas para uma prova de 50 livre e uma prova de 1500
metros livre. Em ambas, a componente de resistência de força é
fundamental, no entanto no primeiro caso, o tipo de resistência de força
necessário vai junto a um nível de força mais elevado e uma
direção muito menor que a prova de 1500 livres. A implicação
energética é também claramente divergente. Nos 50 livres
a intervenção anaeróbica é decisiva enquanto que nos
1500 metros é a aeróbica. O fato é que implica a necessidade
de distinguir três níveis de força mencionados segundo as
especialidades da natação. Tal como expusemos anteriormente,
os conteúdos de treinamento das força básica estão
destinados ao desenvolvimento da força máxima e da resistência
de força aeróbica. Em função das implicações
de força máxima e a força em condições oxidativas,
a importância de cada um dos componentes se inverte à medida que
a distância de nado é maior. Naturalmente, as distâncias mais
curtas exigem uma maior demanda de conteúdos de força máxima,
dentro do nível de força básica, enquanto que as distâncias
são maiores se inverte a tendência para prestar uma maior atenção
à resistência de força aeróbica. Os conteúdos
de força específica buscam o desenvolvimento da resistência
de força de caráter misto (aeróbico-anaeróbico) ou
lactácido sobre o estilo do nadador, assim como a força explosiva
da braçada, pernada, saída e virada. O desenvolvimento da
resistência de força mista é de maior importância nas
provas superiores a 400 metros. A resistência de força lactácida
é especialmente importante nas provas de 100 e 200 metros. A força
explosiva tem uma particular relevância na prova de 50 metros (figura 3). No
entanto, não se deve esquecer o fato da influência relativa que os
três conteúdos principais de treinamento de força específica
têm para qualquer das distâncias de nado. Os conteúdos
de força competitiva compreendem tarefas de treinamento da força
com ritmo de competição em distâncias inferiores às
de competição e tarefas de treinamento de força sobre a duração
da competição com um ritmo de execução (freqüência
de braçada) e intensidade similar à de competição. A
maior ou menor utilização destas formas de desenvolvimento da força
competitiva estará em função das maiores ou menores dificuldades
que cada uma delas representa para o seu treinamento. Parece lógico afirmar
que as tarefas de treinamento com ritmo de competição podem ser
realizadas com relativa facilidade, qualquer que seja a especialidade do nadador,
já que basta aplicar uma distância até 70% inferior à
de competição. O mesmo não ocorre paras as tarefas de treinamento
sobre a duração de competição em especialidades de
grandes distâncias, visto que é muito difícil manter um elevado
nível de qualidade de força e intensidade de esforço durante
um maior tempo. |