Durante a realização do Troféu Brasil de Natação, nas
piscinas do Conjunto Desportivo Vaz Guimarães, o Centro de Traumato-Ortopedia
do Esporte (CETE) do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade
Federal de São Paulo, pode realizar uma ampla pesquisa sobre as lesões ortopédicas
mais freqüentes nos nadadores de elite brasileiros. Contamos
com ampla cooperação da Federação Brasileira de Esportes Aquáticos, principalmente
do seu atual presidente Sr. Coaracy Nunes. Dos 355 atletas
inscritos foram avaliados 205 atletas, sendo 95 femininos e 110 masculinos. A
idade media foi de 19 anos, variando de 13 a 29 anos. A altura dos atletas variou
de 1,52 a 2,03 metros, com media de 1,75 metros. Com relação ao peso , a media
foi de 68 kg, variando de 44 a 100 kg. O tempo médio de pratica
da natação foi de 12 anos, sendo que a metragem media do treinamento semanal foi
de 46819 metros. Durante a realização da entrevista, que contou
com a plena cooperação dos técnicos e atletas, pode-se encontrar dados ainda não
conhecidos da traumatologia e ortopedia relacionada aos esportes aquáticos, podendo-se
determinar um padrão da natação de elite brasileira. Dos atletas
questionados, cerca de 1/5 apresentavam quadro de dor atual no ombro e mais de
65% referiram dor pregressa no ombro. Estes números são compatíveis com os poucos
trabalhos encontrados na literatura internacional. Com relação
as dores em outros locais do corpo, exceto os ombros, aproximadamente 50% dos
atletas queixaram-se de dores articulares ou musculares, que certamente prejudicam
a performance do nadador. Ao analisar os segmentos corpóreos
individualmente, obtivemos queixas dolorosas relacionadas aos ombros em 65%, a
coluna toraco-lombar em 21% e aos joelhos em 19,5% dos atletas questionados. Os
demais segmentos, como, cotovelos, braços, pé e tornozelo, virilhas e coluna cervical
foram menos freqüentes. O CETE possui uma linha de pesquisa
relacionada a natação e os esportes aquáticos, contando com os estudos do polo
aquático, do nado sincronizado e dos saltos ornamentais. A literatura nacional
da traumatologia ortopédica esportiva ainda é muito escassa e pesquisas em torneios,
como o Troféu Brasil possibilita determinar a realidade do esporte em nosso meio. Seguindo
a filosofia do nosso centro, somente com a colaboração dos técnicos, preparadores
físicos, fisioterapeutas e médicos, poderemos melhorar o entendimento das lesões,
diminuindo o tempo de afastamento do atleta e facilitando o treinamento, levando
a um melhor desempenho nas competições. Colaborador
da Web Swimming: Dr. MARCUS F. BERNHOEFT (Diretor do Depta.
Médico da CBDA) Email: bernhoef@antares.com.br |