Efeitos dos Aquecimentos
Nadando e em Seco no Rendimento de uma Prova de 100 jardas nado livre em
Nadadores Universitários Neil C. Rommey
Vincent M. Nethery Central Washington University
Tradução: Flávio
de Souza Castro
Resumo Para determinar os efeitos
relativos de aquecimento em natação (SWU), aquecimento em seco (DWU)
e nenhum aquecimento (NWU) no rendimento de uma prova de 100 jardas nado livre,
8 nadadoras e 4 nadadores universitários perfizeram duas provas de natação
em dias separados posteriores cada de 3 diferentes modos de aquecimento (WU).
Cada WU durou 15 minutos. SWU contou com 5 minutos contínuos em nado livre
em uma intensidade correspondente ama percepção subjetiva de esforço
(RPE) classificado como 12 da escala de Borg (máximo de 15); 10 x 25 jardas
a cada 30s progressivas até a intensidade da prova de 100jardas em cada
tiro de 25jardas; mais 5 minutos contínuos em nado livre em RPE de 14.
DWU contou com um período de 5 minutos contínuos pulando corda em
RPE de 12; 10 x 15s de calistênicos com 15s de intervalo de descanso entre
cada exercício; mais 5 minutos contínuos pulando corda em RPE de
14. NWU contou com os indivíduos sentados ou deitados por 15 minutos. A
prova de avaliação ocorreu 3 minutos após o término
de cada WU. Os rendimentos registrados após o SWU foram os mais rápidos
(60,21s), enquanto os tempos após DWU (60,31s) foram mais rápidos
do que após NWU (60,96s). Embora o diferencial do tempo de performance
(-0,75s) entre os tiros que seguiram-se após SWU e NWU foi a única
comparação que atingiu nível de significância (p<0,05),
a diferença 0,65s (p=0,054) entre os tiros após DWU e NWU
foi suficiente para sugerir que em competições quando um aquecimento
nadando não é possível, nadadores podem otimizar sua preparação
fisiológica através do uso de um aquecimento em seco. Termos de
indexação: aquecimento (warm up), auxílio ergogênico
(ergogenic aids), natação (swimming) Introdução
Aquecimento físico (WU) tem sido há muito utilizado em esportes
competitivos para melhorar o rendimento (8,11,23). Enquanto evidências experimentais
dos efeitos de WU são ainda algo inconclusivas, abundantes evidências
teóricas apoiam a utilização do WU como um auxílio
ergogênico (5,6,9). Elevação da temperatura induzida
pelo WU prepara o corpo para os rigores da competição por causar
as seguintes alterações fisiológicas: 1) aumenta a dissociação
de oxigênio da hemoglobina e da mioglobina (1,8,11,23,25); 2) aumenta a
produção de energia através da aceleração cinética
e da utilização de substratos (2,8,23,25); 3) diminui a viscosidade
muscular (11,23,25); 4) aumenta a velocidade do impulso nervoso e sensibilidade
nervo-receptora (11,23,25); 5) aumenta fluxo sangüíneo cardiorrespiratório
(5,8,16,23,25); e 7) aumenta o metabolismo lipídico (2,15). Esses
efeitos térmicos do WU aumentam a máxima força contrátil
muscular (3), diminuem o custo energético requerido para completar determinada
prova (23) e aumentam a produção e fornecimento de energia aeróbia
(20) e metabolismo dos lipídeos (15). A melhora na força máxima
contrátil ocorre como resultado da redução da viscosidade
muscular, mais rápida velocidade do impulso nervoso e acelerada produção
de energia (25). Mais baixo custo energético é possível pela
diminuição da viscosidade muscular e pelo aumento da sensibilidade
nervo-receptora (23). Maior quantidade de energia aeróbia é liberada
a partir do aumento do fluxo sangüíneo e da liberação
do oxigênio por este fluxo aumentado no músculo em exercício
(8.20.23.25). Este é um especialmente importante efeito nos eventos que
requerem uma energia significativa proveniente do metabolismo anaeróbio
(13). Por exemplo, um WP precedente de um evento de 200 jardas estabiliza pH,
diminui a concentração de dióxido de carbono no sangue, aumenta
a atividade do sistema de tamponamento de bicarbonato, e diminui a concentração
de lactato e íons hidrogênio no músculo em exercício
(22). Aumento no metabolismo dos lipídeos conserva glicogêneo em
eventos prolongados de resistência (20). Porque o pico do rendimento
atlético requer que a temperatura muscular e interna se elevem no início
da competição (1), nadadores poderiam melhorar seus rendimentos
pelo aquecimento imediatamente antes de suas provas. Porque isto fornece para
o efeito prático e fornece um efeito maior de aquecimento nas unidades
motoras específicas do evento, um WU nadando (SWU) será provavelmente
um aquecimento mais efetivo para um evento de natação. Entretanto,
quando uma piscina de aquecimento não é disponível, um WU
em seco (DWU) que eleve temperatura corporal pode permitir a nadadores um rendimento
melhor do que se não tivessem nenhum WU (NUW). Este estudo, então,
foi concebido para assessar a efetividade de 3 comuns modos de WU (SWU, DWU e
NWU) em uma prova de 100 jardas (91,44m) de estilo livre em nadadores universitários.
Métodos Sujeitos: quatro homens e oito mulheres nadadores da
divisão 1 da NAIA voluntários para este estudo após serem
informados dos riscos, benefícios e procedimentos. Todos passaram por um
exame físico e liberados para participação atlética.
Indivíduos estiveram, antes dos testes, treinando por, pelo menos, 7 semanas.
Em adição à natação, alguns também faziam
musculação e/ou participavam de aulas de aeróbia. Procedimento
experimental: todos os testes foram feitos às 8h durante a oitava e a nona
semana da temporada de outono. Pelo menos 2 dias de descanso separaram cada prova,
aos indivíduos foi solicitado 1) evitar atividade física na manhã
antes de cada teste; 2) dirigir-se à piscina sem ser pedalando nem caminhando
(para aqueles que viviam fora do campus); 3) manter uma dieta consistente, horas
de sono, não estudar na manhã antes do teste; e 4) nadar o mais
forte possível cada prova do teste. A consistência na preparação
física dos indivíduos foi conseguida e mantida por que um dos pesquisadores
também era um assistente técnico da equipe e pode manter volume
e intensidade relativamente constantes durante as duas semanas do estudo.
A intensidade do WU foi prescrita e monitorada por percepção subjetiva
de esforço (RPE) melhor do que freqüência cardíaca por
dois motivos: 1) alta condutividade da água causam sinais a partir dos
monitores de FC que interferem um com outro. 2) Máximas FC freqüentemente
variam tanto quanto 20 bpms entre indivíduos da mesma idade; máxima
FC também difere com a atividade, sendo 10-13 batimentos por minuto mais
baixa na natação do que em exercícios no seco como pular
corda, inclusive (19). Então, RPE foi o melhor método de prescrição
para a manutenção de um nível de esforço para os modos
de WU. Há melhorias mecânicas e bioenergéticas como estes
picos quando a temperatura muscular eleva-se 2-3 graus Celsius e a temperatura
retal, 1/1.5 graus (1). Elevações da temperatura nesta magnitude
requerem um mínimo de 10-15 minutos de exercício a 65-70% da FC
máxima (8), com atletas altamente treinados, algumas vezes necessita-se
WU até 30 minutos (1). Embora atletas bem condicionados possam se beneficiar
de um aquecimento maior e mais rigoroso, sustentar uma intensidade durante o WU
acima do limiar anaeróbio individual irá comprometer o rendimento
competitivo por depleção do fosfagênio e das reservas de glicogênio
e por aumento nas concentrações de metabólitos (6,12,14).
Enquanto várias atividades diferentes, passivas e ativas, podem ser
utilizadas para elevar a temperatura corporal e então fornecer o componente
de "aquecimento" de um WU, WUs formais (uso da mesma atividade da prova)
são considerados superiores do que informais WUs (uso de uma atividade
não relacionada) porque elas mais efetivamente aquecem as fibras musculares
específicas e as articulações(23)). A prática permite
ao atleta familiarizar-se com o ambiente e preparar de maneira apropriada os mecanismos
neuromusculares através da cópia dos movimentos do evento (8, 11,
23). A duração do efeito prático de um WU formal ainda não
é totalmente claro, mas temperatura muscular e interna começam a
mudar logo após completado o WU, com a temperatura muscular retornando
ao normal dentro de 45-80 minutos (21). A despeito do muito comum apoio teórico
para o valor ergogênico do WU, evidencias experimentais permanecem ambíguas
(5,6,9), nos estudos em WU gerais (5,6,9) e naqueles que utilizaram natação
como critério de avaliação (11). Melhorias no rendimento
em natação foram encontradas a partir do aumento da temperatura
corporal por vários métodos: duchas quentes (4), banhos de imersão
quentes, corrida, ciclismo, e estimulação muscular por ondas eletromagnéticas
(21). Em contraste, Thompson (11) não foi capaz de melhorar o rendimento
em natação utilizando informais WU; apenas um formal aquecimento
com natação produziu tempos melhores. Interessantemente, deVries
(7) registrou que enquanto um WU formal melhorou os resultados nas provas em nado
crawl e costas, este não beneficiou os resultados nas provas de peito e
borboleta. No entanto, estes dois últimos estilos responderam favoravelmente
quando precedidos por um WU calistênico. Os autores deste trabalho
observaram que enquanto os nadadores de competição quase sempre
aquecem antes da competição, eles fazem muito menos imediatamente
antes de suas provas, mesmo quando uma hora, ou mais, separa sua prova do aquecimento
formal. Quando há apenas uma piscina disponível, poucos nadadores
utilizam o aquecimento antes da competição. Quando não há
piscina de aquecimento, os nadadores que quiserem aquecer ativamente antes de
suas provas devem usar exercícios que possam ser realizados no deck da
piscina. Em face a esta situação, muitos competidores não
farão nada mais extenuante do que alguns giros de braços, alongamento
para os ombros, ou saltos atrás dos blocos. Aos indivíduos
foram dadas detalhadas informações dos conceitos relacionados à
escala de sensação subjetiva de esforço de 15 pontos de Borg
(RPE) e sua aplicação para monitorar a intensidade. Eles também
passaram pelos protocolos de SWU e DWU duas vezes cada um antes do teste a fim
de inteirarem-nos com a RPE e os protocolos de WU. Antes do início do WU
em cada dia de teste um gráfico da RPE e exibido e os indivíduos
eram, verbal e visualmente, relembrados da prescrição de RPE e correspondentes
descrições para os primeiros 5 e últimos 5 minutos períodos
de casa WU ativo. Cada indivíduo realizou um total de 6 esforços
máximos, de 100 jardas em estilo livre, 2 após cada um dos três
protocolos de WU. Uma escala para execução dos WU foi realizada
em um horário giratório, para evitar efeitos atribuíveis
à prática e/ou níveis de aptidão. Os três protocolos
de 15 minutos de WU procederam-se da seguinte maneira: 1) NWU requereu que os
indivíduos sentassem ou deitassem em um colchonete de ginástica.
2) DWU consistiu de a) 5min saltando corda em um RPE de 12 ("moderadamente
leve-um pouco pesado"); b) um período de 5min com os seguintes exercícios:
flexão e extensão de pernas, saltos verticais, hiperextensão
das costas, simulação da braçada do borboleta com um tubo
cirúrgico, realizados 2 vezes nesta seqüência com 15s de esforço
por 15s de intervalo de descanso; e c) outro período de 5min saltando corda,
em RPE de 14 ("um pouco pesado-pesado"). 3) SWU consistiu de 5min em
nado contínuo de crawl em RPE de 12; b) um período de 5min de tiros
de velocidade (10x25 jardas a cada 30s e progressivo para a intensidade de uma
prova de 100 jardas a cada repetição) e c) outros 5min de nado contínuo
de crawl em RPE de 14. A prova de natação começou 3min
após completado o WU. Neste ínterim, aos indivíduos era permitido
ajustar touca e óculos, sentar, ficar de pé, caminhar e conversar
como feito em uma competição normal. Não era permitido que
os nadadores continuassem o aquecimento ou deixassem a área detrás
dos blocos. Cada indivíduo foi designado para a mesma raia em cada um dos
6 tiros, mas não foram utilizadas raias de separação.
Um procedimento de saída padrão foi utilizado com a voz de comando
do pesquisador substituindo o tiro ou campainha de saída. O sistema de
controle de tempo foi, primeiramente, um sistema de pêra de Colorado Timing
System, e, como reserva, um cronômetro de mão Seiko 800 com memória.
Ambos sistemas de controle de tempo eram manualmente operados, e todos os tempos
foram registrados em centésimos de segundo. Análise estatística:
uma análise de variância do tipo one-way com repetidas mensurações
foi utilizado para analisar os tempos de 100 jardas através dos WU. Quando
uma significante razão F era obtida (p , 0,05) um teste post hoc Scheffe
foi utilizado para determinar o local das diferenças significativas. Todos
os dados são registrados como média + ou o desvio padrão.
Resultados Características dos indivíduos estão
na Tabela 1. O tempo das 100 jardas em nado crawl: a influência dos
3 procedimentos de aquecimento no subseqüente tiro de 100 jardas está
ilustrado na Figura 1. Análise dos dados indicaram um significante tempo
mais rápido (60,21s) seguido do SWU do que seguido do NWU (60,96s). Embora
uma diferença de 0,65s fora observada entre DWU (60,31s) e NWU, esta não
foi significativa (P=0,054). Uma diferença muito menor separou SWU e DWU.
Em uma escala relativa (usando SWU como valor de base da escala), os tempos dos
tiros seguidos do DWU e do NWU foram mais lentos 0,17% e 1,24%, respectivamente.
Discussão Os resultados deste estudo demonstraram uma hierarquia
na efetividade dos WUs que já era esperada dado as estabelecidas evidências
teóricas e práticas dos valores ergogênicos dos WUs. SWU foi
mais efetivo que NWU por, provavelmente, vários motivos. Primeiro, SWU
foi concebido para elevar a temperatura corporal, e, mesmo que a temperatura corporal
não tenha sido diretamente monitorada, a intensidade e a duração
do WU foram consideradas suficientes para induzir aumentos nas temperaturas musculares
e internas (8,11,23). Associadas a esses aumentos na temperatura nos sistemas
e nos tecidos estão bem reconhecidas mudanças fisiológicas
que reduzem resistência nos tecidos, facilitam o transporte e a absorção
de oxigênio na disponibilidade dos substratos e na produção
energética, aprontam os órgãos e estruturas associadas do
sistema cardiorrespiratório (8,11,23,25). Em adição,
um efeito prático direto foi conseguido pelo SWU formal, protocolo motor-específico.
Familiarização com o ambiente e facilitação neuromuscular
são ambos positivamente influenciados pela prática de habilidades
específicas com o último sendo mais relevantes aos resultados deste
estudo. Já que os indivíduos treinaram regularmente com os métodos
de teste, eles já estavam familiarizados com a piscina e o ambiente. Provavelmente
mais benéfico foi a oportunidade de praticar e refinar os sentidos proprioceptivo
e cinestésico através da simulação dos movimentos
dos eventos. Adicionalmente, é possível que os indivíduos
nadassem mais rápido com SWU simplesmente por que acreditassem que assim
seria. Enquanto não há maneira de contestar uma influência
placebo em estudos como estes, várias precauções foram tomadas
a fim de minimizar este efeito. Primeiro, todos os candidatos potenciais foram
entrevistados para assegurar que eles não tinham nenhuma tendência
contra nadar uma prova de 100 jardas sem WU. Apenas aqueles que demonstraram nenhum
medo de lesões e nenhuma noção pré-concebida a respeito
de suas habilidades de render a um máximo esforço sem WU foram selecionados.
Segundo, aos indivíduos foi dito que os propósitos do estudo era
testar a efetividade de diferentes métodos de WU, mas eles nunca foram
informados das hipóteses experimentais. Terceiros, os pesquisadores não
informaram os tempos das provas e não fizeram nenhum comentário
durante os testes até completado o estudo. SWU foi discretamente mais
efetivo do que DWU por três motivos. Primeiro, enquanto DWU foi igual a
SWU em elevação da temperatura corporal geral, não foi capaz
de preparar os músculos específicos dos eventos da mesma específica
maneira que SWU. A aproximação melhor em seco dos movimentos do
nado livre, a simulação da braçada de golfinho com tubo cirúrgico,
apenas incipientemente imitou os movimentos do nado e as resistências encontradas.
Não apenas SWU foi provavelmente mais efetivo em preparar a musculatura
específica, mas pode Ter sido menos fatigante. Porque os indivíduos
estavam altamente adaptados às demandas de nadar, eles provavelmente levaram
menos fadiga residual para as provas após o SWU do que após o DWU.
Em adição, SWU permitiu aquecimento neuromuscular para os movimentos
do evento, e apesar de que a significância deste efeito prático não
ser quantificável, nenhum DWU pode possivelmente reproduzir os movimentos
da natação e as propriedades do meio aquático. Consideração
sobre as diferenças de tempo para as provas nadadas após cada um
dos três WUs indicam que, em geral, os efeitos térmicos do WU podem
ser a mais significativa contribuição na melhora do rendimento.
A despeito da minimização da fadiga residual e produção
de efeitos da prática e mais precisa ativação dos grupos
musculares específicos do evento, os tempos após o SWU foram apenas
0,17% mais rápidos do que os tempos após DWU, os quais foram 1,06%
mais rápidos do que os tempos após NWU. Deste modo, se o efeito
total disponível do WU é representado pela diferença entre
SWU e NWU (1,23%), DWU foi 86% efetivo. Aplicações Este
estudo limitou-se a comparar a efetividade de 3 comuns modos de WU SWU,
DWU e NWU- a fim de verificar se os valores de DWU como substitutos para SWU nos
casos em que uma piscina para WU não é disponível durante
a competição. Enquanto a única comparação
intra-modo para demonstrar significâncias estatísticas foi de SWU
vs. NWU, a média de 0,65s de redução do tempo oferecida pelo
DWU em relação ao NWU foi grande o suficiente para estabelecer significância
a um nível de 94,6% usando o teste post-hoc de Scheffe. Embora falhando
em obter significâncias em P<0,05, a diferença entre os tempos
das provas entre DWU e NWU neste estudo podem e freqüentemente determinam
as classificações em uma prova. Por exemplo, apenas 0,61s separaram
as colocações 1 a 5 na prova de 100 jardas nado livre no Campeonato
Nacional da NAIA de 1990; apenas0,13s separaram 1-3 na prova masculina (10).
Por que similares pequenas margens de vitória podem ser encontradas em
todos os estilos e distância em todos os níveis de natação,
o potencial ganho no rendimento, realizando-se um WU antes da competição,
mesmo um DWU, é considerável. Parece possível que com
uma individualização ao atleta, DWU poderia ser programado para
ser mais próximo do SWU em seu potencial ergogênico. Como mencionado
anteriormente, os indivíduos deste estudo não eram treinados nos
exercícios em seco. Evidências sugerem que indivíduos não
acostumados a um particular estímulo fisiológico necessitam de adaptações
enzimáticas e celulares para beneficiarem-se completamente do WU com aquele
estímulo e que, mesmo um breve e suave WU, pode fatigá-los. Ao mesmo
tempo que os indivíduos deste estudo não eram não treinados,
eles também não eram adaptados aos rigores dos exercícios
em seco. Talvez se os competidores realizassem uma rotina em seco antes de seus
treinos regulares de natação em 2 ou 3 dias por semana eles poderiam
de maneira mais eficaz beneficiarem-se dos benefícios de um DWU. Enquanto
rotinas de WU variam com o atleta, evento e facilidades disponíveis, algumas
linhas gerais de aquecimento podem ser sugeridas. Dez a quinze minutos de atividade
a 65-70% da FC max irá elevar a temperatura corporal a níveis desejados
(8). Intensidades de WU acima do limiar anaeróbio devem ser evitadas para
não prejudicar a performance (6,12,14). Enquanto alguns muito bem condicionados
atletas podem necessitar de 30min ou mais de atividade de WU para a aquisição
de uma ótima temperatura elevada (1,8), os iniciais 5min de WU produzem
a maioria dos benefícios para o rendimento (1). Devido aos imprevisíveis
horários das competições de natação, seria
prudente para os nadadores começarem seus WUs até 20-30 min antes
de seus eventos. Tal prática poderia acomodar alterações
de ultimo momento nos horários e ainda assim preservar os efeitos térmicos
do WU, os quais podem durar até 40min (21). Enquanto alguma atividade que
demande o uso de grupos musculares maiores elevará a temperatura corporal,
surgindo o efeito do WU (23), os benefícios ergogênicos do WU serão
mais dramáticos em atletas adaptados aos exercícios do WU (17).
Para estes WUs, este estudo escolheu pular corda e exercícios calistênicos
simples, já que tal rotina requeria mínimos equipamentos e poderia
ser realizada junto à piscina. Negligenciando as atividades utilizadas,
entretanto, WU pré competições possuem o potencial de melhorar
o rendimento em natação. A maioria das provas de natação
são eventos de 100 e 200 (jardas/metros) que acontecem sobre considerável
energia proveniente de rotas anaeróbias. Por serem eventos tão curtos,
não conseguem produzir efeitos intrínsecos de WU, o rendimento nesses
eventos está muito mais relacionado aos benefícios do WU prévio
(11). Na prova de 100 jardas nado livre, por exemplo, o corpo utiliza, aproximadamente,
65% da total energia necessária da glicólise e 25% da rota de ATP-CP
(18). Isso seria advertência aos nadadores para utilizar um WU pré
evento, e aos treinadores continuar a experimentação com diferentes
tipos de WU. Em reconhecimento ao potencial ergogênico de um WU pré-evento,
o famoso técnico australiano Forbes Carlile (4), assumiu que "mesmo
diferença de 1% é de considerável importância."
Tabela 1 características dos indivíduos, média (+-desvio
padrão).
Característica
| Homens
| Mulheres
| Idade
(anos) | 20.8
(0.6) | 20.9
(0.5) | Estatura
(cm) | 181
(1.6) | 169.6
(0.5) | Peso
(kg) | 76.7
(1.9) | 59.7
(1.7) | Anos
de natação | 8.3
(1.1) | 10.6
(1.1) | Melhor
tempo de 100j | 49.3
(0.7) | 57.3
(0.6) | Treinamento
semanal (km) | 20.9
(1.9) | 22.4
(1.0) | Fonte:
Flávio de Souza
Castro |