Repórteres e fotógrafos se espremiam , para registrar
toda a batalha da final dos 100 metros livre nas Olimpíadas de Paris-1924. Os
protagonistas: Johnny Weissmuller de 20 anos, o novo peixe-humano, e Duke Kahanamoku,
havaiano de 30 anos. Johnny era o grande favorito após
bater o recorde 3 anos antes, mas derrotar Duke não seria fácil: ele havia sido
recordista mundial e campeão olímpico por 12 anos! Mas
a vitória foi mesmo de Weissmuller, mais novo, forte e bem treinado que o velho
Duke. Com o tempo de 59.25 ele bate o recorde olímpico de seu rival por um segundo.
Em 3o. fica Sam Kahanamoku, não é preciso dizer irmão de quem, não? O
reino de Weissmuller havia apenas começado. Seu técnico, Bil Bachrach, era mestre
em fazer seu protegido bater recordes mundiais por apenas frações, o que ele fez
por 10 anos. Quando finalmente pendurou os calções em 1928, ele havia 5 ouros
olímpicos, 52 títulos nacionais e quebrou 67 recordes mundiais! Ele nunca perdeu
uma prova!! Pela provas universitárias seu recorde nas
100 jardas durou 17 anos! Competindo profissionalmente (naquela época!), bateu
não oficialmente este recorde, que duraria "apenas" 39 anos para um americano
entrar na água e nadar mais rápido naquela distância. Tudo
naqueles dias com viradas simples, sem raias, blocos de partida, sem mencionar
óculos, toucas e calções de papel - ele nadava com um maiô de algodão que vinha
até seus ombros. Nem se beneficiou da tecnologia atual
(calções levíssimos, por exemplo). Na verdade sua técnica era, e ainda é, estranha.
Chamada de hidroplanagem, Weissmuller nadava com a cabeça e ombros altos, suas
costas arcadas e seus pés baixos para reduzir a resistência! Seu treinamento "científico"
se consistia em uma série começando só com as pernas, depois só os braços, para
então nadar até a exaustão, jantando depois uma boa bisteca!! Duzentos
e cinquenta repórteres esportivos não estavam errados quando o elegeram em 1950
o melhor nadador da primeira metade do século. |